domingo, 8 de julho de 2018

A palavra vale prata, o silêncio vale ouro!

(Basílica da Santíssima Trindade, Fátima, Portugal - Foto de Cristina Lima)

Ser peregrino pode ser uma tarefa bastante complicada. Não me estou a referir à peregrinação a pé, que por si só já é bastante dolorosa, refiro-me, apenas ao peregrinar a um local sagrado com o objectivo de rezar.
No Sábado passado fui ao Santuário de Fátima como qualquer peregrino que se dirige ao local onde Nossa Senhora apareceu aos pastorinhos com o objectivo de usufruir da beleza daquele espaço, mas principalmente, procurando um momento de silêncio para rezar.
Nunca pensei assistir ao que assisti naquele dia.
Entrei na Basílica da Santíssima Trindade para rezar e perto de mim instalaram-se umas senhoras de idade que decidiram conversar em alto e bom som umas com as outras, sem pausa para respirar.
Depois de várias tentativas de concentração, a minha irmã mais corajosa, com gentileza, dirigiu-se às senhoras e pediu-lhes se falavam mais baixo.
Falaram mais baixo durante cinco minutos apenas.
Depois, como se já não bastasse a conversa de café, decidiram merendar dentro da igreja.
Acabamos por não conseguir nos concentrar na oração e saímos.
Dada a falta de educação e de respeito pelos outros por parte daquelas senhoras, não seria importante, para no futuro evitar situações semelhantes, ter alguém responsável a tomar conta dos locais sagrados? Impôr regras de respeito para com estes espaços e para com os outros como acontece na Capela Sistina, por exemplo?
Ouvir uma voz imponente a dizer em tom alto 'Silêncio' como acontece na Capela Sistina não é uma tarefa assim tão difícil, apesar de que bastava haver alguém que fizesse cumprir as regras de forma menos sonora, pedindo às pessoas para ficarem em silêncio. 
É barrada a entrada a pessoas nas igrejas em Roma quando a sua forma de vestir não é a mais adequada, mas como tencionam realizar as visitas cumprem as regras.
Em Portugal devia de ser da mesma forma.
Se as pessoas perderam os respeito pelos locais sagrados e pelos outros, a Igreja Católica deve ser a primeira a dar o exemplo sem medo e fazer cumprir regras básicas da boa educação.
Não se trata de nada extraordinário, simplesmente, a boa educação e o respeito pelo outro nunca fizeram mal a ninguém.
O Turismo Religioso tem este importante papel: ensinar turistas e peregrinos a saber estar e a respeitar locais sagrados, procurando transformar turistas em futuros peregrinos.
Não é uma tarefa fácil, aliás, é um desafio cada vez maior, mas é preciso aceitar o desafio e pôr as mãos à obra.
Momentos como este só me fazem pensar que a importância do Turismo Religioso é cada vez maior!

(Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, Fátima, Portugal - Foto de Cristina Lima)

(Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, Fátima, Portugal - Foto de Cristina Lima)

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