terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Hotéis Bom Jesus: a arte de bem acolher em espaço sagrado...

(Hotel do Lago [Santuário do Bom Jesus do Monte, Braga, Portugal] - Foto de Cristina Lima)

Não tenho por hábito escrever artigos que se desviem do tema do blog, mas neste caso, não se trata de um desvio, mas sim de um complemento.
A semana passada, para além da conferência do Ciclo de Conferências do Bom Jesus, jantei no Restaurante Panorâmico (restaurante da estância do Bom Jesus) e fiquei instalada no Hotel do Lago, dos Hotéis Bom Jesus.
O restaurante, acolhedor, com música ambiente, um serviço de excelência e comida deliciosa.
Comi um caldo verde e um bacalhau que eram uma maravilha.
Para além disso, apesar de ter ido sozinha, nunca me senti sozinha.
Tive a agradável companhia de uma turista americana, que também se encontrava sozinha, mas para além disso tive sempre a presença simpática, acolhedora e preocupada do Chef e dos funcionários e que transformaram um simples jantar num momento alegre e bem disposto e que se prolongou no tempo, pois "terminei" de jantar eram quase 23h, precisamente porque a conversa e o ambiente estava muito agradável.
Foi um momento único e especial.
No Hotel do Lago, com um serviço excelente, num quarto confortável, passei uma noite tranquila.
Na manhã seguinte, esperava por mim, um pequeno-almoço delicioso e variado.
Para mim, não foi novidade pernoitar nos Hotéis Bom Jesus e fazer uma refeição no Restaurante Panorâmico. Foi, apenas, a confirmação de um serviço de alta qualidade e acolhedor.
Para além da minha experiência enquanto cliente dos Hotéis Bom Jesus, há um pormenor que não devo deixar de mencionar:
São hotéis dedicados em particular ao Turismo Religioso.
Fazem parte deste grupo de hotéis: o Hotel do Templo, o Hotel do Parque, o Hotel do Lago, o Hotel do Elevador (estes encontram-se junto à Basílica do Bom Jesus do Monte), o Hotel João Paulo II (que se encontra junto ao Santuário de Nossa Senhora do Sameiro) e a Hospedaria do Mosteiro de Tibães (que se encontra no Mosteiro de Tibães.).
Hotéis direccionados para quem peregrina aos santuários bracarenses. Porquê?
Porque, por exemplo, o Hotel João Paulo II tem uma capela no seu interior, que permite momentos de oração a quem fica nele alojado, assim como a Hospedaria do Mosteiro de Tibães permite um retiro em oração se assim o peregrino o desejar.
Trata-se de uma cadeia de hotéis dedicada aos peregrinos.
Portanto, tudo boas razões para viver o Turismo Religioso na cidade de Braga, de forma confortável e acolhedora nos Hotéis Bom Jesus.

Pela minha parte, digo-o com sinceridade...
...senti-me em casa no Bom Jesus!

(Hotel do Lago [Santuário do Bom Jesus do Monte, Braga, Portugal] - Foto de Cristina Lima)

(Hotel do Lago [Santuário do Bom Jesus do Monte, Braga, Portugal] - Foto de Cristina Lima)

sábado, 8 de dezembro de 2018

Bom Jesus na Circunstância dos Tempos: Romântico, Deus me livre de o ser...

(Santuário do Bom Jesus do Monte, Braga, Portugal - Foto de Cristina Lima)

Decorreu ontem mais uma conferência do Ciclo de Conferências do Bom Jesus do Monte, desta vez, pela voz da Dra. Fátima Marinho, da Universidade do Porto, que nos apresentou a época do romântico literário.
Época essa, vivida com intensidade no Santuário do Bom Jesus do Monte, nomeadamente, por Camilo Castelo Branco, no seu romance 'No Bom Jesus do Monte'.
Assim, a Dra. Fátima Marinho fez uma análise simples aos romancistas nacionais mais importantes começando por Almeida Garrett, seguindo para Alexendre Herculano e terminando em Camilo Castelo Branco.
O Romantismo surgiu em França, no séc. XVIII, com a Revolução Francesa com elites culturais e salões literários.
As manifestações literárias tiveram inicio em 1774 passando a haver uma espécie de democratização da cultura.
Ao divulgar o romantismo através dos salões literários facilmente este alcançou outros países como é o caso da Alemanha, Inglaterra e Portugal.
Em 1760, o romance 'Nouvelle Eloise' já tem influência inglesa.
A revolução francesa trouxe consigo alterações de comportamento ao nível social, económico e político. Surgiu uma nova elite de burgueses, com dinheiro, mas incultos.
Havia uma tendência de se falar de deuses pagãos na literatura, como é exemplo disso, os Lusíadas pelo simples facto de pensarem que as personagens pagãs eram esteticamente mais belas, mas em 1802 surge o romance 'Genie du Christinisme' onde o Cristianismo é mencionado como esteticamente tão belo quanto as histórias pagãs.
Uma das ideias românticas era, também, a da pureza. Pureza essa que era associada aos indígenas, nomeadamente aos americanos e africanos.
Surgiu, também, o romance-folhetim, que era uma espécie de "novela" romântica por episódios e que se podia ler nos jornais. Surgiu da ideia de que o povo precisava de mudar a sua mentalidade, e essa seria a melhor forma.
Almeida Garrett apresentava uma hesitação entre o classicismo e  o romantismo.
A grande maioria das histórias do romantismo representavam a época medieval mas onde os seus personagens tinham uma mentalidade romântica e do século XVIII e não do século XII.
Camilo Castelo Branco tem na sua forma de escrever o mesmo esquema dos romancistas anteriores, apesar de ser um romancista tardio.
Com a revolução francesa surgiu uma grande transformação nas sociedades a vários níveis, levando a que se moldassem mentes e para isso surgiu o romantismo literário.
Foi assim, a conferência de ontem do Ciclo de Conferências do Bom Jesus do Monte.

Não percam a próxima, no dia 4 de Janeiro de 2019! 

(Santuário do Bom Jesus do Monte, Braga, Portugal - Foto de Cristina Lima)

(Santuário do Bom Jesus do Monte, Braga, Portugal - Foto de Cristina Lima)


terça-feira, 27 de novembro de 2018

Sé de Leiria, Leiria, Portugal.

(Sé de Leiria, Leiria, Portugal - Foto de Joana Lima)

Fundada por D. Frei Brás de Barros no século XVI, a pedido de D. João III, a Sé de Leiria começou a ser construída em 1559.
Foi consagrada em 1574.
Trata-se de uma igreja de estilo barroco e maneirista, apesar de ter também alguns traços góticos.
Datada do século XVII, a capela-mor exibe um retábulo com episódios da vida de Nossa Senhora e uma imagem de Cristo crucificado ao centro.
No transepto, encontra-se uma imagem do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora de Fátima do lado direito e uma imagem de São José e da Imaculada Conceição do lado esquerdo de quem se encontra de frente para o altar-mor.
Trata-se de uma igreja muito simples, pouco adornada mas muito bonita!
Vale a pena visitar!

(Sé de Leiria, Leiria, Portugal - Foto de Joana Lima)

(Sé de Leiria, Leiria, Portugal - Foto de Joana Lima)

sábado, 10 de novembro de 2018

Bom Jesus na Circunstância dos Tempos: Simbologia.

(Santuário do Bom Jesus do Monte, Braga, Portugal - Foto de Cristina Lima)

Ontem decorreu mais uma conferência do Ciclo de Conferências: Bom Jesus na Circunstância dos Tempos, no Santuário do Bom Jesus do Monte, e desta vez, pela voz do professor Rogério Sousa, da Universidade de Coimbra.
Para o professor nada no Santuário do Bom Jesus é meramente decorativo, tudo é símbolo, tudo tem significado e uma razão de ser.
Em 1722, o Santuário do Bom Jesus foi remodelado pela sexta vez, mas desta vez pelas mãos de D. Rodrigo de Moura Teles.
D. Rodrigo de Moura Teles mandou erguer uma nova igreja e mandou ampliar o espaço de forma a transformar o santuário na 'Jerusalém Renovada'.
Os símbolos colocados nas capelas apelam ao conteúdo de cada uma das capelas mas recorrendo à mitologia clássica e à alquimia.
Assim, numa visão alquimista, o percurso de entrada no santuário com as fontes da lua e do sol junto ao pórtico entra-se no Ciclo Sombrio, também designado, em termos cristãos, de Via Purgativa.
A construção inicial do Bom Jesus era muito diferente da actual, mas é possível ver a reprodução da construção mais antiga do Bom Jesus no Santuário de Porto de Ave. 
O Santuário de Porto de Ave é uma reprodução do Bom Jesus antes das remodelações de 1722.
Os elementos das fontes do Bom Jesus são temáticos com os planetas e a mitologia clássica.
Na Via Purgativa ou Ciclo Sombrio podem-se ver os Sete Sêlos Diabólicos ou os Sete Pecados Mortais.
A segunda etapa, apresenta-nos o Ciclo Luminoso ou a Via dos Sentidos.
Começa com a Capela da Crucificação e termina com a Capela da Morte de Jesus.
A alegoria apresentada no Ciclo Luminoso mostra que a verdadeira essência das coisas se abre às almas.
Nas cinco fontes dos cinco sentidos existem animais representados. Na antiga construção do Bom Jesus, cada animal representava um herói mitológico.
A leitura do escadório antes de D. Rodrigo de Moura Teles era completamente distinta da actual. 
Existiam muito mais referências à mitologia.
A estrutura das esculturas de Moisés e Jeremias trazem ao escadório o sentido de musicalidade.
Parece que se movem de forma melodiosa.
Antes da remodelação, no local onde agora se encontra a estátua de S. Longuinhos, encontrava-se a estátua de Moisés, que agora se encontra num penedo no cimo do monte.
Em frente à antiga igreja encontrava-se uma gruta com a nascente de água e Santa Maria Madalena em êxtase. 
No interior da igreja, a imagem do Bom Jesus encontrava-se no centro do altar, ladeado por uma imagem de São Rodrigo e pelos relicários.
O facto de haver uma nascente logo abaixo da igreja do Bom Jesus intensificava a ideia do templo do Bom Jesus ser um templo de água viva.
Atrás da igreja havia um jardim de labirinto e uma fonte dedicada a Jano.
O labirinto significava o percurso que uma alma precisa de percorrer para encontrar a luz.
Um caminho árduo que só os justos terminam.
Também, na parte de trás da igreja podia-se ver a fonte de Hércules. Hoje em dia, parte dela encontra-se dentro da Casa do Fresco.
No Terreiro dos Evangelistas é o culminar com a Esfera Armilar ao centro.
A alma ao centro, o centro onde se encontra com Cristo. A alma e o centro são o próprio Cristo.
Segundo, o professor Rogério Sousa, o Bom Jesus é um santuário invulgar e irrepetivel.
D. Rodrigo de Moura Teles transformou o Santuário do Bom Jesus do Monte num livro em pedra.
Ninguém fica indiferente à beleza e à complexidade do Santuário do Bom Jesus do Monte.
Foi assim mais uma conferência do Ciclo de Conferências do Bom Jesus!

Não percam a próxima conferência no dia 7 de Dezembro! 

(Santuário do Bom Jesus do Monte, Braga, Portugal - Foto de Cristina Lima)

(Santuário do Bom Jesus do Monte, Braga, Portugal - Foto de Cristina Lima)

domingo, 16 de setembro de 2018

Igreja de Santa Maria dos Anjos, Esposende, Portugal

(Igreja de Santa Maria dos Anjos [Igreja Matriz de Esposende] - Foto de Cristina Lima)

A Igreja Matriz de Esposende dedicada a Santa Maria dos Anjos tem a sua origem no séc. XVI.
A fachada é de estilo neo-clássico mas por toda a igreja são visíveis vestígios de outros estilos arquitectónicos.
No seu interior, o altar-mor de talha dourada exibe uma grande escultura de Cristo Crucificado.
Do lado da Epístola, também, em talha dourada, encontra-se um altar onde está exposta uma linda escultura de Santa Maria dos Anjos, padroeira da cidade. 
Do lado direito desse altar encontra-se a capela do Santíssimo que é iluminada por um vitral colorido.
A igreja é adornada de pequenos vitrais com varandas e nos altares da igreja podem-se ver esculturas de Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora das Dores, Sagrado Coração de Jesus, Sagrado Coração de Maria e Santa Teresinha de Lisieux. 
No coro alto da igreja pode ver-se um vitral com Santa Maria dos Anjos e um órgão com 27 tubos.

Uma igreja de visita obrigatória em Esposende! 

(Igreja de Santa Maria dos Anjos [Igreja Matriz de Esposende] - Foto de Cristina Lima)

(Igreja de Santa Maria dos Anjos [Igreja Matriz de Esposende] - Foto de Cristina Lima)

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Sé Catedral de Lamego, Lamego, Portugal

(Sé de Lamego, Lamego, Portugal - Foto de Joana Lima)

Também conhecida como Igreja de Nossa Senhora da Assunção, a Sé Catedral de Lamego tem vestígios artísticos que vão desde o Românico, passando pelo Gótico, Renascentista, Barroco, Neo-Clássico e Manuelino. Este conjunto de estilos deve-se ao facto desta ter sofrido bastantes alterações ao longo do tempo.

Tem uma planta de cruz latina e a sua fachada em cantaria de granito de estilo Gótico e Renascentista.

A Capela-Mor é uma obra de Nicolau Nasoni e apresenta uma tela com Nossa Senhora da Conceição e um cadeiral neo-clássico. 

As pinturas das abóbadas retratam cenas do Antigo Testamento e são, também, uma obra de Nicolau Nasoni.

Na capela do lado do Evangelho pode ver-se as imagens de São Pedro e Nossa Senhora de Lourdes e do lado da Epístola, Santa Isabel e Nossa Senhora de Fátima. Ambas as capelas são de talha dourada.
O coro alto tem um cadeiral com as Catorze Obras de Misericórdia pintadas e é em estilo barroco.
A Sé de Lamego é de visita obrigatória para quem passa pela cidade!

(Sé de Lamego, Lamego, Portugal - Foto de Joana Lima)

(Sé de Lamego, Lamego, Portugal - Foto de Joana Lima)

domingo, 26 de agosto de 2018

Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, Lamego, Portugal.

(Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, Lamego, Portugal - Foto de Joana Lima)

Situado no Monte de São Estêvão, na cidade de Lamego, o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios é inspirado no Santuário do Bom Jesus do Monte em Braga e foi erguido no local onde antes existia uma capela dedicada a São Estêvão.
 O sua construção teve início em 1750 mas só ficou totalmente concluído em 1905.
A 17 de Dezembro de 1868 um incêndio devastou o santuário mas a vontade dos devotos de reedificar o seu santuário foi tal que em 1869 o que tinha ficado em cinzas rapidamente foi reposto.
De estilo barroco, rococó e neo-clássico, a fachada tem um belo trabalho de granito.
Pretendida que era a aproximação ao Bom Jesus tencionava-se construir capelas ao longo do escadório, mas apenas uma foi concretizada e dedicada à Sagrada Família.
A planta da igreja é em forma de cruz latina.
O escadório tem um lindo painel de azulejo com a Virgem e diversas esculturas em granito.
No interior da igreja no altar-mor de talha dourada, inspirado no altar-mor da igreja do Mosteiro de Tibães, encontra-se uma imagem de Nossa Senhora dos Remédios.
Os azulejos no interior da igreja têm representados, do lado do Evangelho, a 'Adoração dos Pastores e Anunciação' e do lado da Epístola 'A Adoração dos Magos'.
No escadório encontramos seis fontes: a Fonte da Cebola, a Fonte dos Gigantes, a Fonte das Sereias, a Fonte Pura, a Fonte do Pelicano e a Fonte dos Remédios. 
É de destacar a beleza do "bordado" do tecto e as suas cores.
No exterior da igreja encontra-se um castanheiro com mais de 700 anos que faz também parte da história da cidade de Lamego!

Não hesitem em visitar este magnífico santuário!

(Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, Lamego, Portugal - Foto de Joana Lima)

(Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, Lamego, Portugal - Foto de Joana Lima)

sábado, 18 de agosto de 2018

Seminário da Sagrada Família, Coimbra, Portugal.

(Seminário da Sagrada Família ou Seminário Maior de Coimbra, Coimbra, Portugal - Foto de Cristina Lima)

O Seminário da Sagrada Família ou Seminário Maior de Coimbra é composto por três edifícios: a Casa Velha, a Casa Nova e a Casa Novíssima.
Sendo que a Casa Velha é datada de 1765 e a Casa Novíssima de 1880.
A Casa Velha também é designada de Edifico Principal, tem três pisos e a fachada é de inspiração e estilo barroco.
Dentro destes edifícios encontramos as celas dos seminaristas e algumas celas de luxo, constatando-se que nem toda a classe eclesiástica vivia em humildade. 
As celas mais luxuosas do seminário apresentam um requinte semelhante a um palácio.
Para além das celas, pode ver-se, também, os refeitórios, a biblioteca e as salas de aula.
De merecido destaque é a Igreja da Sagrada Família.
A igreja do Seminário, apesar da sua pequena dimensão, é de grande beleza.
De estilo barroco italiano, encontram-se cenas da Assunção de Nossa Senhora pintadas na sua cúpula.
O órgão de tubos exibe um belo trabalho barroco e é ornamentado com anjos músicos.
Nos altares laterais encontra-se representada a Sagrada Família,
no altar do lado do Evangelho a Nossa Senhora e do lado da Epístola São José com o Menino.
No Altar-Mor exibe-se uma pintura com a representação do Menino a pregar no Templo, Templo esse que se encontra retratado em forma de catedral gótica.
Todo o seminário é composto por belos compartimentos, mas sem dúvida alguma, a igreja merece o maior destaque.

Visitem o Seminário Maior de Coimbra! Vale bem a pena!

(Seminário da Sagrada Família ou Seminário Maior de Coimbra, Coimbra, Portugal - Foto de Cristina Lima)

(Seminário da Sagrada Família ou Seminário Maior de Coimbra, Coimbra, Portugal - Foto de Cristina Lima)

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Mosteiro da Santa Cruz, Coimbra, Portugal.

(Mosteiro da Santa Cruz, Coimbra, Portugal - Foto de Cristina Lima)

Fundado em 1131 pelos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, o Mosteiro da Santa Cruz de Coimbra foi erguido, também pela boa vontade de D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal, e seu filho, D. Sancho I. Reis que hoje se encontram sepultados no altar-mor do templo deste mosteiro.
A construção do mosteiro aconteceu entre 1132 e 1223 e o estilo artístico utilizado foi o românico. 
Em 1220, Fernando Martins de Bulhões, futuro Santo António de Lisboa e Pádua, estudante como Cónego Regrante no Mosteiro da Santa Cruz de Coimbra viu passar à saída do mosteiro, os corpos dos cinco mártires franciscanos assassinados em Marrocos, o que fez com que se quisesse tornar monge franciscano.
Como todos os edifícios religiosos, este mosteiro sofreu diversas alterações ao longo do tempo.
Em 1526, foi erguido o portal manuelino pela mão de Nicolau de Chanterrene.
A igreja do mosteiro tem uma única nave, também de estilo manuelino, assim como o cadeiral de madeira do coro alto.
O órgão de tubos é de estilo barroco.
A sacristia, revestida a azulejo, foi construída entre 1622 e 1624 e é de estilo maneirista.
É panteão nacional desde 2003.
O Mosteiro da Santa Cruz de Coimbra é um dos mais belos exemplares da arte manuelina em Portugal! 
É de visita obrigatória para quem passa pela cidade dos estudantes!

(Mosteiro da Santa Cruz de Coimbra, Coimbra, Portugal - Foto de Cristina Lima)

(Mosteiro da Santa Cruz de Coimbra, Coimbra, Portugal - Foto de Cristina Lima)

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Igreja de São Tomé, Mira, Portugal

(Igreja de São Tomé, Mira, Portugal - Foto de Susana Lima)

A Igreja Matriz de Mira, como é conhecida a Igreja de São Tomé, data do séc. XVII, mais exactamente de 1690, ano da sua fundação.
Na fachada, pode ver-se um nicho com uma imagem da Santíssima Trindade que, neste momento, se encontra incompleta devido ao normal desgaste pelas condições climatéricas.
No interior da igreja são visíveis painéis de azulejo azul e branco com flores policromadas onde se encontram representadas as estações da Via Sacra.
De estilo barroco e rococó, o tecto está decorado com belos caixotões de madeira pintada, tanto na nave como no tecto do altar-mor.
Os altares laterais são de talha dourada, também do mesmo período. 
Para além dos altares de talha dourada do lado da Epístola e do lado do Evangelho, existe um pequeno nicho com uma imagem de Santo António e um altar de azulejo com a imagem de Nossa Senhora de Fátima com os três pastorinhos.
É uma igreja que apesar de pequena é de grande beleza!

(Tecto da nave, Igreja de São Tomé, Mira, Portugal - Foto de Susana Lima)

(Tecto do Altar-Mor, Igreja de São Tomé, Mira, Portugal - Foto de Susana Lima)

domingo, 10 de junho de 2018

10 Igrejas dedicadas a Santo António

10 Igrejas dedicadas a Santo António e que vale a pena visitar!


1. Igreja de Santo António de Lisboa, Lisboa:

(Foto de www.stoantoniolisboa.com)

Situada no local onde nasceu Santo António, a Igreja de Santo António de Lisboa foi erguida em 1767.
Junto à igreja encontra-se uma imagem de Santo António que foi benzida e inaugurada por São João Paulo II aquando da sua visita a Lisboa em 1982.
No tecto da igreja podem-se ver o brasão das armas portuguesas e o brasão da família Bulhões, a família do Santo.
De estilo barroco, esta igreja é de passagem obrigatória para quem visita a cidade de Lisboa.

2. Igreja de Santo António dos Congregados, Porto: 

(Foto de Joana Lima)

Mandada construir pela Confraria de Santo António de Lisboa em 1657, foi doada à Câmara do Porto, que por sua vez a doou à Congregação de São Felipe de Nery.
Em 1703 foi lançada a primeira pedra da actual igreja e foi terminada em 1823.
A Igreja de Santo António dos Congregados é uma igreja com planta de cruz latina e de estilo barroco e neo-clássico.

3. Igreja de Santo António, Viseu: 

(Foto de wikipedia)

A igreja de Santo António de Viseu é datada dos séc. XVII e XVIII. 
Fundada em 1592 por freiras beneditinas, tem o seu interior decorado com talha dourada e azulejos, sendo a talha dourada de estilo rococó.

4. Capela de Santo António, Nazaré: 

(Foto de www.cm-nazare.pt)

Erguida pela fé dos pescadores, esta capela dedicada a Santo António é revestida de azulejos no seu exterior e no seu interior pode-se ver o altar-mor de talha dourada e o tecto com caixotões de madeira.

5. Igreja de Santo António, Lourinhã:  

(Foto de wikipedia)

A sua construção teve inicio em 1601 e é uma igreja de estilo clássico com uma só nave.
No seu interior é decorada com azulejos azuis e brancos onde se encontra retratada a vida de Santo António.

6. Igreja de Santo António, Moscavide: 

(Foto de wikipedia)

Datada de 1955, é uma obra do arquitecto António Freitas Leal. 
A sua fachada é decorada com azulejos e tem uma torre sineira que não se encontra incorporada na igreja.
Os azulejos foram pintados por Miguel Cargaleiro

7. Igreja de Santo António, Funchal, Madeira: 

(Foto de visitmadeira)

De estilo rococó, esta igreja foi edificada em 1789.
É de destacar a forma como se encontram colocadas as telhas de duas cores nas torres sineiras formando riscas em ziguezague.

8. Mosteiro de Santo António de Ferreirim, Lamego: 

(Foto de DGPC)

Entregue aos franciscanos, a construção desta igreja teve inicio em 1532 e é de estilo Manuelino-Renascentista.
Trata-se de uma igreja de uma só nave e o altar-mor é decorado com talha dourada e tecto do altar-mor é adornado com caixotões de madeira pintada.

9. Igreja de Santo António dos Olivais, Coimbra: 

(Foto de wikipedia)

Cedida aos franciscanos por D. Urraca, esposa de D. Afonso II em 1217, esta igreja, actualmente, tem traços barrocos. Traços esses que surgiram nas alterações feitas no séc. XVIII.
No seu interior destacam-se os azulejos, onde se pode ver retratada a vida de Santo António.

10. Igreja de Santo António, Borba: 

(Foto de www.cm-borba.pt)

Fundada em 1630 pela Irmandade de Santo António, tem uma fachada azul e branca e num pequeno nicho pode-se ver uma imagem de Santo António.
O retábulo é de mármore e data de 1750.
O órgão é do séc. XIX

Estas igrejas esperam pela vossa visita!

sábado, 2 de junho de 2018

Bom Jesus na Circunstância dos Tempos: Devoções e Comportamentos Desviantes

(Santuário do Bom Jesus do Monte, Braga, Portugal - Foto de Cristina Lima)

A conferência do mês de Junho do Ciclo de Conferências do Bom Jesus: Bom Jesus na Circunstância dos Tempos teve como tema: heterodoxias e polícia eclesiástica - devoção e comportamentos desviantes e foi proferida pelo Dr. Franquelim Neiva Soares.
No séc. XVI e XVII antes do Arcebispo visitar qualquer igreja da sua arquidiocese enviava um visitador que tinha como função fazer um levantamento de todo e qualquer comportamento pecaminoso que se vivesse naquele local, dentro e fora da igreja, pois dessa forma, quando o arcebispo se drigisse ao local já se encontrava devidamente informado de tudo o que lá se passava.
A Arquidiocese de Braga não era excepção, assim como o Santuário do Bom Jesus do Monte.
Existem livros, que foram analisados pelo Dr. Franquelim, onde se encontram depoimentos detalhados de testemunhas, nomeadamente, clérigos, homens leigos e mulheres, que contam os pecados e quem os cometia dentro da Arquidiocese.
Estes cadernos, chamados de cadernos de devassas, eram queimados periodicamente com o objectivo de esconder situações graves.
Actos de delinquência como o aborto, alcovitaria, bruxaria, pedofilia, entre outros.
Para além destes actos graves foram mencionados outros actos "delinquentes" menos graves e de certa forma divertidos como vender pão asmo, ou seja, vender pão duro e preto era crime e pecado, assim como actos de ignorância, como por exemplo, não saber rezar o Pai Nosso.
Crimes de usura, murmuração, ódio entre familias e dentro das familias eram outras das devassas encontradas nos livros.
Uma lista de devassas e crimes que mostram que uma arquidiocese é feita de seres humanos imperfeitos e desde cedo se conhecia essa imperfeição e procurava-se com regras e punições minimizar o crime e o pecado existente.

Foi uma conferência interessante e tratou um tema que raramente é mencionado mas que faz parte do viver em comunidade. E na Arquidiocese de Braga não era diferente.

A próxima conferência realiza-se no dia 12 de Outubro!

Não percam! 

(Santuário do Bom Jesus do Monte, Braga, Portugal - Foto de Cristina Lima)

(Santuário do Bom Jesus do Monte, Braga, Portugal - Foto de Cristina Lima)

sábado, 19 de maio de 2018

Igreja de Misericórdia, Bragança, Portugal

(Igreja de Misericórdia, Bragança, Portugal - Foto de Cristina Lima)

Dedicada ao Espírito Santo, a Igreja da Misericórdia de Bragança foi construída no séc. XIV.
A talha dourada, de estilo maneirista, adorna o altar-mor e é de destacar a imagem de Nossa Senhora, Rainha de Portugal.
Nos altares laterais podem ver-se imagens como a de Nossa Senhora das Dores e a imagem do Senhor dos Passos.
A frontaria da Igreja é revestida de belos azulejos da segunda metade do séc. XIX.

(Igreja da Misericórdia, Bragança, Portugal - Foto de Susana Lima)

(Igreja da Misericórdia, Bragança, Portugal - Foto de Cristina Lima)

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Igreja de Nossa Senhora Senhora d'Assunção ou Igreja Matriz de Penacova.

(Igreja de Nossa Senhora d'Assumpção, Penacova, Portugal - Foto de Joana Lima)

"A Matriz desta Vila é dedicada à Rainha dos Anjos e nela uma devota imagem sua com o título de sua triunfante e gloriosa assunção" - escrevia Frei Agostinho em 1712.
Na fachada da igreja destaca-se o portal de pedra ançã e onde se pode ver esculpida Nossa Senhora ladeada por dois anjos.
Esta é uma igreja com uma única nave e uma abóboda de berço em madeira. O altar-mor é decorado com talha dourada do séc. XVII e no centro encontra-se uma bela imagem de Nossa Senhora da Assunção em madeira.
O tecto do altar-mor é de madeira pintada.
Na sacristia encontram-se retábulos renascentistas datados de 1560 e que são atribuidos à Oficina de João de Ruão. Também se pode ver na sacristia uma lápide romana do séc. I e que mostra que aquela vila foi, outrora, um povoamento romano.
Nesta igreja pode-se ver, também, imagens de Santo António, São José, Nossa Senhora de Fátima e do Sagrado Coração de Jesus.
Na sua torre sineira é visivel um azulejo com Nossa Senhora e onde se pode ser "Virgem Imaculada| Senhora Nossa", assim como um relógio de sol.
É uma igreja de grande beleza e de visita obrigatória para quem visita Penacova!

(Igreja de Nossa Senhora d'Assumpção, Penacova, Portugal - Foto de Joana Lima)

(Igreja de Nossa Senhora d'Assumpção, Penacova, Portugal - Foto de Joana Lima)

sábado, 5 de maio de 2018

Bom Jesus na Circunstância dos Tempos: Sacri-Monti

(Santuário do Bom Jesus do Monte, Braga, Portugal - Foto de Cristina Lima)

A conferência do mês de Maio do Ciclo de Conferências: Bom Jesus na Circunstância dos Tempos teve como orador o professor Aurélio de Oliveira que abordou o tema dos sacro-montes ou sacri-monti.
Sabe-se que o primeiro sacro-monte documentado surgiu em 1405 em Córdoba, Espanha, e a seguir a esse surgiram na Alemanha, na Flandres, em Itália e em Portugal.
Em Itália, de onde se deduz ter surgido a inspiração para a construção do Santuário do Bom Jesus, o primeiro sacro-monte data de 1453.
Nomes como São Carlos Barromeu e Frei Bartolomeu dos Mártires poderão ter sido influência na vontade de erguer em Portugal santuários no cimo de colinas, como locais de retiro, mas não existe confirmação dessa informação.
Depois da queda de Constantinopla e durante a invasão árabe, não havia impedimento de deslocação de cristãos à Terra Santa. Desta forma, é afastada a ideia de que os sacro-montes nasceram da necessidade de criar um local de refúgio para os cristãos, onde pudessem viver os passos de Cristo sem ter que haver deslocação a Jerusalém.
Para além disso, os turcos favoreciam as peregrinações de cristãos à Terra Santa pois beneficiavam com isso, cobrando impostos às deslocações. 
O que se sabe, com toda a certeza, é que por detrás dos sacro-montes italianos estão franciscanos e que a sua devoção à Santa Cruz é tal que a difundiram por toda a Itália.
Existem, também, pinturas alemãs que retratam essa devoção franciscana à Santa Cruz.
Aconteceu, assim, mais uma interessante conferência do Ciclo de Conferências do Bom Jesus.

A próxima acontecerá no dia 1 de Junho!

Um Ciclo de Conferências a não perder!

(Santuário do Bom Jesus do Monte, Braga, Portugal - Foto de Cristina Lima)

(Santuário do Bom Jesus do Monte, Braga, Portugal - Foto de Cristina Lima)